sexta-feira, 11 de abril de 2014

Walesca a pensadora e os nossos preconceitos sociais e educacionais. Onde queremos chegar com a educação?





      O professor Antônio Kubitschek. causou tumulto e muita indignação na rede social essa semana por conta de uma prova em que usou Walesca como pensadora contemporânea, ele tentou uma provocação e conseguiu. Vamos lá.
     Primeiro de tudo, esse furor todo tem um nome, preconceito, sabemos bem que o funk sofre uma enorme desvalorização social por conta da sua origem advinda das classes inferiores e principalmente por conta do conteúdo erótico ou violento de suas letras que nada mais faz do que expor um cotidiano no qual todos nós estamos inseridos, nem que superficialmente.
     Há uma ideia errada de que o funk incita o sexo e a violência, ideia essa bastante discordável uma vez que ao analisarmos o contexto social e histórico percebemos que essas entre outras questões já existiam antes do funk ganhar visibilidade, a violência nas favelas já era um assunto noticiado desde sempre na mídia que muitas vezes colocavam essas pessoas como culpadas da violência e não como um produto da desigualdade social do pais, algumas musicas de funk um pouco mais antigas, retratam muito bem em suas letras essa realidade, a injustiça, a falta de segurança, a violência e por ai vai. Outra ideia que se formos pensar a fundo também se finda ao estudarmos o contexto é a de que os adolescentes que escutam funk começam uma vida sexual mais cedo, ora gente, vamos com calma, a questão do jovem transar cedo não está ligada a ele ouvir funk ou não, pois sabemos que jovens que escutam rock, sertanejo, gospel, pagode também fazem sexo, a questão da pratica sexual está ligada a outras questões sociais, a necessidade do adolescente querer ser adulto, a curiosidade e principalmente o fato de não conseguir ser aceito socialmente uma vez que nossa sociedade tem um estigma em relação a figura do adolescente, entre outras questões que não são atribuídas ao funk, nenhum jovem quando questionado do porque ter transado cedo vai dizer “foi porque eu ouvi funk”. Essa justificativa de dizer que o funk incita ao sexo e a violência cai no mesmo discurso de que o videogame deixa as pessoas mais violentas e não se sustenta principalmente porque vários estudos feitos nessa área não conseguem achar uma correlação direta, sempre são outras questões sociais e psicologicas envolvidas, se for assim, todo mundo que ouve sertanejo é corno, todo roqueiro tem pacto com o diabo e por ai vai.
     O que incomoda a sociedade alem da questão histórica em relação ao funk é o seu conteúdo imoral uma vez que ainda somos uma sociedade fundamentada nos parâmetros morais religiosos, o imoral não deve ser falado, sabemos que existe, mas não podemos e nem devemos falar sobre e ele fica lá, na nossa caixinha inconsciente, mas vem à tona quando nos deparamos com questões como essa que perpassam nossa existência e que não estamos acostumados a falar e tao pouco a compreender e então fazemos discursos de ódio porque nos mesmos nos cristalizamos tanto em nossa moralidade que perdemos a capacidade de compreender. Não estou dizendo aqui que todos temos que gostar do funk, as pessoas podem sim não gostar, eu não gosto, não é um estilo de musica que faz parte da minha playlist do celular ou do meu computador, mas não porque ela é imoral ou incita a violência, mas simplesmente porque não tem uma sonoridade que me agrada, assim como também não me agrada a sonoridade do sertanejo, isso é uma questão de gosto, mas dizer que é porque ela incita ao sexo e a violência não é e nem sera uma justificativa plausível uma vez já constatado que isso não passa de mero preconceito nosso em lidar com determinadas questões pois cientificamente essa justificativa já caducou. 
     Ainda refletindo no sentido social, o funk como outros estilos musicais vem de uma cultura, cultura essa como já falei, baixa, do pobre humilhado e esculachado na favela como diz uma letra de um funk que retrata uma vivencia, um contexto daquele grupo e que hoje não vem pertencendo mais aquele grupo apenas, o de classe pobre, pessoas de classe media também vem compartilhando e (eu acho muito importante olharmos pra esse movimento) desse mesmo gosto, o funk ostentação como vem sendo chamado atualmente está nos celulares da classe media e da classe pobre, os discursos dessas classes inclusive são semelhantes e ainda não conseguimos perceber isso, o quanto esse estilo está aproximando as duas classes mesmo que elas não queiram. Estamos em uma sociedade de transição, os valores estão sendo questionados seja no âmbito cientifico, seja no senso comum, viemos de uma sociedade velada, ainda estamos nela tentando romper com os rompantes deixados pela nossa historia onde ate hoje não se é permitido falar sobre sexo, traição entre outros abertamente, todos esses assuntos são ainda velados e o funk veio com uma linguagem própria romper com isso, propagandeamos por ai, "ahh, funk não é musica" o que é musica? O nosso Roberto Carlos? O nosso Jorge e Mateus? Quando colocamos nossos gostos musicais como melhor fazemos o etnocentrismo e isso acaba que nos impede de compreender as demais culturas como elas são, essa foi uma questão que levantei quando vi esse assunto rodar na internet
. Atualmente as letras do funk, eu não ouço todas, mas já ouvi algumas que rodam pelas ruas, tem o objetivo de fazer reflexões sobre o nosso momento atual, quem leu isso agora pode ter dado um pulo da cadeira com seu preconceito dizendo “como assim reflexão? Desde quando funk faz reflexão?” Sim, o funk também é capaz de fazer reflexões e reflexões boas sobre os relacionamentos, sobre os direitos das mulheres, sobre sexo e principalmente ao acesso aos mesmos lugares em que pessoas de classe media frequentam, vide o fenômeno dos rolezinhos tao discriminado a um tempo atras, esse é o funk atual, o ostentado, ele vem discutindo em suas letras esses gostos compartilhados, são classes diferentes em hierarquia financeira mas que leem os mesmos livros, escutam as mesmas musicas, utilizam os mesmos tipos de roupas, sapatos, celulares e se esbarram nos mesmos lugares fazendo uso de uma linguagem própria, .de uma vivencia daquele grupo, quem consegue ouvir o funk em sua essência consegue perceber o sentido de sua letra e a mensagem que quer passar.
     Mas a questão principal que me remeteu a escrever sobre isso alem da questão obvia do preconceito, foi o quanto que nosso ensino está de fato defasado, somos incapazes de compreender as figuras de linguagem, o professor colocou “pensadora” em um sentido irônico, em relação aos questionamentos que faz na musica e que o professor colocou "pensadora" na prova no sentido de produzir um desconforto e talvez ate risos de alguns alunos que não curtem o estilo musical, mas como não temos aparatos educacionais onde ate interpretar um texto que foge ao “O pé de Pedro é preto, que cor é o pé de Pedro?” não conseguimos responder ou deturpamos a resposta o que dirá entender uma ironia ou uma piada em um texto? Tudo isso teve um contexto, esse professor já vinha trabalhando varias questões com essa turma, como professor de ensino médio utilizou dessa letra tao contemporânea para fazer filosofia, construir saberes, dialogar as vezes com a realidade desses alunos, provocá-los, fazê-los pensar e nós, enquanto sociedade preconceituosa e ainda achando que os parâmetros educacionais devem seguir o mesmo esquema já saímos propagando que a educação esta uma merda uma vez que agora as provas são feitas a baseadas nas letras de funk, mas eu me pergunto, e se fosse um Roberto Carlos com aquela musica “Esse cara sou eu” quem tem o objetivo de passar o que toda mulher quer ouvir mas que tem como pano de fundo um cara carente e problemático que vive atras da mulher? Ou o Justin Bieber, Jorge e Mateus entre outras musicas que tem como objetivo romancear o que na verdade não passa de frustrações amorosas e dor de cotovelo, essas passariam despercebidas pois são canções aceitas socialmente, dignas de se trabalhar na educação, alias, dignas? Por que? Por que uma letra de funk em uma prova reflete uma educação de bosta como vi vários professores comentando? Acho que já é um ponto para começarmos a pensar.
     Cansei de ver postagens do tipo “Essa é a educação do nosso brasil”, “olha a que nível chegamos” compartilhadas por professores, alguns, formados a nível de graduação e isso abre pra mim um outro olhar relacionado a educação superior, como estão sendo formados esses profissionais, a academia é um espaço de compartilhar pensamentos, abrir mão de conceitos para conhecer outros, ou se não quiser abrir mão, pelo menos se propor a ouvir, a pensar e não manter as mesmas posturas e pensamentos de quando entrou, a cristalização do conhecimento não move a educação, educação sempre sera diálogo e mudança.
     Somos tao etnocêntricos que não conseguimos olhar para educação de uma forma mais libertaria, ainda queremos fazer da educação uma extensão do nosso lar, da nossa igreja, dos nossos pensamentos e esquecemos de trabalhar com as pluralidades, ditamos regras morais baseadas em nossos valores de como ela deve funcionar, o professor era da área de filosofia e em filosofia assim como em qualquer outra disciplina não podemos ter amarras, não podemos enviesar um olhar e colocar nosso empirismo como melhor, assim não se faz educação. Claro que uma hora a educação encontraria esse impasse, pois, nossa educação esta tao ruim que não entendemos a ironia de uma prova, a principio, já fomos logo criticando, cuspindo nossos valores morais e educacionais sem entender um contexto ao qual essa prova se inseriu, as pessoas se sentiram humilhadas, tomaram as dores dos filósofos ditos como importantes por chamar a Valesca de pensadora pois atrelamos o conhecimento de pensador aos filósofos antigos, pensador é quem cria um conceito e pensa sobre ele, beijinho no ombro é um conceito, um conceito contemporâneo criado pela Valesca, veja o quão irônico isso foi e o quanto não fomos capazes de compreender, vamos chegar a um ponto em que sera necessário escrever, ironia, piada, após a frase para que haja um entendimento real pois é notável que o pensamento elaborado, a capacidade de pensar uma questão fora do nosso próprio umbigo, fora das nossas crenças, fora dos nossos parâmetros e aceitar que existe sim um mundo maior que o nosso não existe em nossa educação, se não sairmos dessa posição de meros moralistas educacionais a educação só vai definhar, educação precisa de liberdade e não de amarras. 

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Quando o seu perfil social é mais importante que seus atributos profissionais.

Hoje, seja no campo pessoal ou no campo do trabalho, essa questão da rede social vem sendo bastante discutida, seja no âmbito do senso comum ou no âmbito cientifico. Esse espaço cibernético vem ganhando novas formas de comunicação principalmente no que diz respeito as novas formas de interação social entre as pessoas, as formas como elas se socializam, se conhecem, aprendem, escrevem, divulgam seus conhecimentos e aprendem também com outras divulgações de amigos ou seguidores. Em paralelo a isso, o que também não deixa de ser discutido é o comportamento das pessoas dentro dessa mesma rede, o que elas deveriam postar, quais fotos publicar, entre outras nuances que vemos bastante por aqui. Alguns consultores empresariais inclusive chegam a dar dicas do que se pode ou não fazer dentro da rede para que não “queime” seu filme no trabalho e preserve sua boa imagem, porém, levanto sempre a questão quando escuto essa “dica”, boa imagem para quem? No caso é sempre para o empregador. E o que é afinal uma boa imagem? Baseado em quais parâmetros podemos dizer que uma pessoa tem ou não uma boa imagem? Vejam o caso que aconteceu com um colega no qual era bem qualificado para o cargo, com um currículo bastante invejável, funcionário a pelo menos 20 anos e sempre muito elogiado por sua competência no trabalho, mas que no final, não serviu para muita coisa pois teve sua demissão anunciada por conta de uma publicação no facebook. Essa pessoa, assim como todos nós, em uma noite de domingo apos um jogo de futebol do time que em torcia postou uma foto na balada segurando um copo de cerveja com a camisa aberta, após vários colegas e clientes terem comentado e questionado sua postura pois, um empresario com a função que exercia não deveria se expor daquela forma o comentário acabou chegando ao ouvido da supervisão que o demitiu uma vez que aquele tipo de foto não estava dando uma "boa imagem" para a empresa e como se não bastasse, associou o atraso dele  de 10 minutos em uma segunda feira a noitada do dia anterior, não houve dialogo, não houve entendimento, houve demissão. Outro caso que causou certo desconforto também no trabalho foi a postagem de uma funcionaria que em um sábado chuvoso fez a seguinte publicação em uma rede social "Sabado sem nada pra fazer", mais do que depressa, alguém de uma função maior também sem nada pra fazer comentou "Que tal fazer os relatórios para segunda?", ou seja, a funcionaria tem que trabalhar de segunda a segunda. Outro caso bem comum é o da professora da PUC onde fez uma postagem preconceituosa a respeito de uma cena em que viu foi afastada, afinal, uma professora de ensino superior não poderia proferir tais argumentos. A questão do politicamente correto, das boas maneiras, vem tomando uma proporção maior do que o  currículo profissional e esse acaba por destituir a pessoa de qualquer valor, ela passa a ser crucificada e não mais ninguém, nem pessoa e tao pouco profissional, é como se a esvaziasse totalmente de sentido, de existência. O facebook para as pessoas que o utilizam como um perfil privado, ou seja, utilizam para postar coisas relacionadas ao seu cotidiano, fotos, videos, opiniões, questões sobre sua vida privada, politica, religião entre outros assuntos que vemos bastante por aqui, acaba por se tornar uma extensão da vida profissional, onde todo cuidado é pouco. Bauman, sociólogo polonês preocupado em compreender a sociedade pós-moderna vem discutindo essa questão do publico e do privado e o porquê das relações sociais no que diz respeito a internet serem tao superficiais. Em discordância com o autor, não acredito que as relações sociais são superficiais, ao menos, não todas, ao contrario, algumas podem vir a se tornar autenticas e profundas, relações essas que podemos comprovar cotidianamente perguntando as pessoas que construíram relacionamentos por internet, ou fizeram amizades pela mesma, sem falar também, no quanto ela aproxima as pessoas queridas que por algum motivo estão distantes de nós, porem, estou em plena concordância quando o mesmo coloca a diferença de comunidade e rede onde a comunidade é precedente ao indivíduo, já nascemos inseridos em uma cultura social e o mesmo não acontece quando adentramos a rede. Os “amigos” na rede social aparecem com mais facilidade e com essa mesma facilidade eles deixam de fazer parte do nosso perfil, esse é o principal complicador da rede, a facilidade com que desfazemos nossas “amizades” por intolerância. Não ser mais amigo de alguém dentro de uma rede social é uma tarefa bem fácil quando não se tem um laço afetivo fora dela, simplesmente deletamos sem qualquer justificativa, não é necessário se explicar, se justificar, a capacidade de dialogo e de resolver maus entendidos ficam em defasagem, alias, eles não são necessários. A pergunta que faço é, por que deixamos de ser amigo de alguém nas redes sociais? Alguns respondem por não ter afinidade, outros por não terem pensamentos em comum, mas a grande maioria responde, por não suportar suas publicações, ou seja, é por intolerânciaessa vem se mostrado com bastante frequência onde não se é mais suportado ver as diferenças, onde os pensamentos tem que ser convergentes e nunca divergentes, caso seja, a solução é simples, clico no botão desfazer amizade e pronto, perde-se um amigo, mas isso não importa, amanha conseguirá mais dois e assim sucessivamente. Perdemos a capacidade de dialogo bem definida por Bauman, tudo agora soa ataque, pessoas magoadas e ressentidas, com uma capacidade limitada de raciocínio e de discussão, não conseguem mais manter um debate, não conseguem dialogar, ter ao trabalho de questionar o porquê de determinadas posições e colocações, muitas não querem nem obter mais informações sobre determinado assunto simplesmente por não concordar com ele, respondem com agressividade, são ainda pueris no que diz respeito a tolerância e principalmente por não entender que um perfil pessoal publico, continua sendo um perfil pessoal publico e os mais melindrosos e intolerantes, acabam deturpando varias questões e caindo em atitudes completamente sem sentido, principalmente no que diz respeito ao ambientes de trabalho que é um fato que vem me causando grande preocupação a respeito de como os “chefes” veem seus funcionários na rede social onde há uma confusão do que é um profissional e uma pessoa que publica não como profissional, mas como mero cidadão na rede social. Não são raras as pessoas que leem qualquer publicação, veem uma foto ou um determinado tipo de postagem e por questões particulares, seja por ideologia religiosa, politica ou qualquer outra não se incomodem e assumem uma postura rude e de julgamento, as vezes ate de linchamento, pautadas em um discurso de que um professor, um filosofo, um psicologo ou qualquer profissional seja de que área for não deve publicar certas coisas ou emitir certas opiniões, o que é um erro. Somos bastante intolerantes em relação ao outro e há um desconhecimento a respeito do que é um ser profissional e um ser pessoal. Alguns já me questionaram quando vou na defesa dessa ideia se eu não acho que determinados profissionais influenciam socialmente com suas opiniões, minha resposta é simples, sim, qualquer pessoa influencia a outra com suas opiniões, seja ela profissional ou não, para isso existe o tao conhecido conselho, porém, a discussão não é essa, os profissionais devem se manter dentro das discussões que envolvem a ética a respeito dentro de suas respectivas profissões, isso sim é uma questão a ser discutida dentro de um ambiente de trabalho, eu enquanto profissional de psicologia tenho como ética o cuidado, o respeito e o sigilo pelas pessoas que venham me procurar, tenho que zelar por isso, logo, não posso sair publicando em meu perfil social coisas relacionadas a elas, pois, isso sim me desqualifica profissionalmente, diz respeito a um parâmetro ético da minha profissão, outra coisa é eu dizer que deus não existe por uma infinidade de questões ou postar uma foto de top less na praia, uma coisa é a opinião do profissional enquanto formado na área, outra é a opinião do mesmo profissional como cidadão comum, é disso que estou falando e é isso que eu vejo ocorrer já com frequência alarmante nos ambientes de trabalho, isso é inclusive propagandeado pela internet e em palestras que assisto e que me deixam profundamente indignada em que um palestrante bem importante nesse ramo disse a seguinte frase “Analisamos nossos profissionais pelo que eles publicam e principalmente pela forma em que se comportam”, eu não sei se as pessoas ali presentes se deram conta do quanto isso é problemático e do quanto a intolerância e o desconhecimento do que é de fato um profissional nos torna escravos desse sistema onde minha aparência, (que sera o próximo tema desse blog), meu comportamento, minhas publicações e minhas fotos ganham um valor maior que o meu próprio currículo, é de indignar qualquer profissional que estudou e batalhou anos, dizeres assim nos desqualificam, é melhor fazer uma impressão do nosso perfil nas redes sociais e entregar do que gastar tempo elaborando um bom currículo lattes ou vitae. Penso que esta na hora de analisarmos que se um contratante te analisa através de uma rede social, ou de uma foto publicada em uma ocasião fora do ambiente de trabalho não sabem reconhecer o que é um profissional que presta um serviço de qualidade e uma pessoa em sua intimidade onde demite, afasta, causa mau estar como nos casos em que citei acima sem reconhecer o seu valor profissional, seu tempo de experiencia e seus trabalhos muito bem executados, pois afinal, é isso que importa. Chegou o momento de pensar que se alguém coloca quaisquer características das citadas acima em prioridades, alem de ser um ato totalmente discriminatório denota que é intolerante, não sabe lidar com as vicissitudes humanas, com as adversidades de opiniões, com o diferente e fica a pergunta, vale a pena trabalhar com uma pessoa dessas? Eu penso que não, pois, é dor de cabeça na certa! 

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Sobre a profissão de pesquisador.

Ontem me deparei com um discurso na Cancão Nova no qual não deveria ficar, mas fiquei, indignada. Um antropólogo, padre, argumentou de forma preconceituosa a profissão pesquisador. “As pessoas só pensam em estudar, tem bolsa de mestrado, tem bolsa de doutorado, trabalhar mesmo ninguém quer”. Como assim trabalhar ninguém quer? Trabalho agora está remetendo a sair de casa por 8 horas, onde, muitas das vezes, vide os cargos públicos, as pessoas fingem trabalhar, cumprem tabela, porque é isso que vem se tornando alguns empregos, encosto de trabalhador, claro que não falo de todos, mas se você se doeu não é problema meu, porem, isso não vem ao caso. A questão é que o pesquisador, seja ele vinculado a uma universidade ou não, dedica grande parte do seu tempo, as vezes ate mais do que 8 horas por dia, sentado a frente de um computador digitando artigo, levantando dados, maquinando entrevistas, viajando para congressos, não galera, o pesquisador empenhado muito diferente do que pensam, não vai para congresso pra passear e encher a cara, ele está envolvido de verdade com os temas ali trazidos. O trabalhador “oficial”, tem ferias, decimo terceiro, segurança, fgts, descansa finais de semana, viaja sem pensar em trabalho, tem uma jornada de no máximo 8 horas por dia e depois pode relaxar e tomar aquela cerveja com os amigos dizendo a clichê “Hoje é sexta feira”. Pesquisador não tem ferias, pois mesmo quanto esta vinculado a um centro de pesquisa ele ainda assim, tem que pensar nos artigos que ainda esta por fechar, não tem decimo terceiro, não é reconhecido enquanto trabalhador braçal pois uma grande maioria, aqueles que não estão envolvidos com o exercício da docência ( essa sim é reconhecida, mas o nome que se carrega não é pesquisador, é, professor universitário o que dificulta até a questão salarial por conta desse nome técnico) ficam em casa, no laboratório, na comunidade, no hospital, enfim… em qualquer lugar onde exista a possibilidade de uma pesquisa cientifica, lendo, estudando, produzindo as vezes ate mais do que 8 horas por dia, finais de semana, feriados e muitas vezes tendo que dividir seu tempo com outro trabalho, porque nem todo mundo vive só de pesquisa principalmente porque não são todos os pesquisadores contemplados com uma bolsa, tiram do próprio bolso os materiais necessários para a realização da mesma e eu escuto uma pessoa graduada em antropologia dizer nas entrelinhas que pesquisador não trabalha, que ele quer regalias do governo, vulgo, bolsa, no minimo piada, valeu governo por pagar essa micharia para nós, pesquisadores, que trabalhamos mais do que 44 horas e ganhamos menos do que os que trabalham 20 e detalhe, muitas vezes pesquisadores não se aposentam, ai, me deparo com um cidadão que deveria se mostrar estudado ,propagando esse tipo de argumento. Penso que ele se esqueceu que se temos o que temos hoje, foi graças aos nossos pesquisadores que se dedicaram em tempo integral para que pudessem trazer novos conhecimentos para o mundo senão, iamos todos, e alguns ainda continuam, no mundinho fechado da igreja a espera de um milagre divino. Quero ver o que será do mundo quando os pesquisadores resolverem fazer greve e virarem técnicos do conhecimento.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Não posso compartilhar que detesto meu trabalho, mas posso compartilhar que amanha é sexta feira ou que vem ai um feriado com mil emendas!

Eu sempre tive uma questão com a forma em que chefes ou sei la como chamam gerenciam, primeiro pela questão opressor/oprimido e segundo pela questão egoica muitas vezes fragilizada no que diz respeito as redes sociais e também, por conhecer vários amigos meus competentes que perderam seus empregos por postagens em redes sociais porque o chefe não soube ler, refletir, questionar e ate, ignorar. Vi em um jornal, um consultor que dava dicas de como se comportar no ambiente de trabalho e fiquei a refletir. Já começo o texto frisando que pra mim, quem fica analisando postagem de funcionário em rede social tem uma puta falta do que fazer alem de ser um tremendo afetadinho e ter uma mente bem atrofiada para ver apenas um lado da questão principalmente porque uma rede social não é a extensão de uma empresa, é a extensão da nossa vida e eu acredito quem nem deveria ser, mas as pessoas tem necessidade de compartilharem coisas que para elas são importantes como sentimentos, momentos com outras pessoas, indiretas, diretas, cotidiano, entre outras coisas, se é errado ou é apenas questão de ponto de vista. O que me chamou a atenção na reportagem foi justamente quando o sujeito diz que muito mais do que nossos atributos acadêmicos o comportamento DETERMINA o nosso sucesso ou fracasso, ou seja, não importa o quão bom somos, temos que nos comportar bem nas redes sociais que é nossa. Não sei muito bem o que seria o se comportar bem, mas penso eu, que não é curtir, compartilhar ou publicar coisas que fazemos diariamente fora do local de trabalho, como: “Hoje meu trabalho foi um saco”, “Atoa aqui”, “Meu chefe dormiu de calça jeans”, “Graças a Deus acabou o expediente” entre outras coisas que podem “queimar nosso filme” caso nosso superior visse. Avaliar pessoas pelo que postam é no minimo cruel visto que muita gente tem a necessidade de se mostrar extremamente boas quando na verdade nem são, acho inclusive, pelo menos é o meu caso, que tenho vários chefes e ex-chefes na minha rede social que me conhecem profundamente e sabem do meu todo e não apenas a parte bonitinha da Nany justamente pelas minhas postagens, alguns concordam, outros discordam, mas todos entendem que é uma forma de pensar. Julgar as pessoas por publicações em redes sociais é desconsiderar um todo maior reduzindo-as em uma rede social não importando o quão competente o cara é e sim, o que ele publica. Essa é uma visão muito enviesada do que é um profissional que trabalha, dentro da área de trabalho a qual me encontro hoje tenho contato com varias pessoas que são arrogantes, estupidas, que falam palavrão, que bebem ate cair entre outros comportamentos que podem “queimar filme” mas que não tira meu olhar do quão bom a pessoa é naquilo que ela faz, afinal o que importa é se ela dá conta do que se propôs a fazer, pode odiar o local de trabalho, mas se produz porque motivo não avalia-la bem? Ter que manter uma postura profissional na rede social é promover principalmente a falsidade onde se é permitido criticar tudo, pai, mãe, governo, filhos, menos o seu local de trabalho, mas não tem problema, a gente não compartilha nas redes sociais, mas falamos com aqueles colegas de trabalho naquela cervejinha depois do expediente e assim vamos vivendo, o importante é nossos superiores não saberem principalmente porque muitos, não sabem lidar com a critica. Quando eu falo que muita gente não sabe gerir são principalmente por colocações como essa, esse olhar nublado as vezes nos impede de conhecer talvez um ótimo profissional, afinal, queremos em nossa empresa um profissional competente ou um profissional que apenas se comporte? Gestor, chefe, Superior são pessoas engraçadas, não podemos compartilhar o quanto nosso trabalho é chato, mas podemos compartilhar sem problemas que amanha é feriado, que vai emendar 7 dias, que sexta feira chegou finalmente, que amanha já é segunda para nossa tristeza e principalmente que as ferias vem ai e ele ainda curte, comenta e compartilha!

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Existe a possibilidade de uma relação Eu-Tu na rede social?

Já havia feito um post anterior onde relatei muito brevemente a necessidade de nos mostrarmos bons em oposição a nos mostrarmos maus, pois o bom, é socialmente aceito. Como pesquisadora das relações humanas nas redes sociais vejo isso com muito mais frequência nos compartilhamentos e atualizações de status. Alguns dias atras uma pessoa compartilhou “sou o que sou e não o que acham”, pessoa essa que eu conheço bem e fiquei a pensar… “Será que é mesmo o que é e não o que acham?”, “Até onde essa frase é realmente verdadeira?” Na mesma semana me deparei com a noticia de que a página de um professor de filosofia na qual me identifico por seus pareceres altamente críticos, tinha sido suspensa, provavelmente, por suas postagens não terem agradado a massa e que não deixavam de ser a outra face da moeda que muitos desconheciam e ate hoje desconhecem. Muito se fala em ser quem somos, em nos desnudarmos para o outro e é ai que faço a indagação, será que somos quem realmente nos mostramos nessas redes? A algum tempo discuti em um artigo o quanto a socialização tira a autenticidade das crianças, claro, não desprezo a necessidade das regras sociais, como Rousseau em seu livro Do contrato social, discute em como os indivíduos se tornam escravos de suas necessidades e principalmente daqueles que os rodeiam onde se busca o tempo todo aparências, orgulho, reconhecimento e status. Em uma de suas frases cliches “O homem nasce bom, mas a sociedade o corrompe”, não deixa de ter sua razão, o que fazemos com as crianças é molda-las para comportamentos socialmente aceitos onde muitas vezes, sutilmente dizemos através de repreensões que ela não pode ser autêntica quando ela vira pra vovó e diz que não gostou da comida e nós, adultos moldados socialmente dizemos “filho, não devemos falar isso pra vovó, não é educado”, oras, por que não devemos? Devemos ensinar a criança a comer de mau grado e ainda responder quando a avó pergunta se gostou com um sim? É aí que começa todos os sapos engolidos, todos os atos enganosos que fazemos as pessoas, todas as questões não colocadas e tantos adultos mascarados querendo aparecer bonzinhos ou profetizando frases como as citadas acima. Ao se tratar de individuo sociedade, saí do foco sociológico e comecei a flertar com o teórico Martin Buber que define a existência humana de dois tipos diferentes: a um produto de que realmente é e a outra ao que realmente parece. Elas são muitas vezes misturadas, porém, são muito diferentes umas das outras. Ele propõe que cada pessoa tem sua “persona” um arquétipo abordado por Carl Jung onde configura-se a mascara que se está vestindo a fim de agradar os outros para que sejam aceitos, por exemplo, estamos familiarizando com alguém pela primeira vez, usamos então nossa máscara para causarmos uma boa impressão, mas quando ficamos juntos, descobrimos que a primeira vez que nós nos encontramos é diferente do que realmente somos. Nos escritos de Buber, os elementos da relação inter-humana tem como significado comunicar um ao outro como realmente somos, o que ele denomina de palavra principio Eu-Tu, outra palavra principio é definida pelo mesmo autor comoEu-Isso o que a grosso modo, denota as relações objetais precárias de autenticidade. O verdadeiro acontecimento, o nosso desverlar-se conforme descrito por Martin ocorre na esfera da relação entre Eu-Tu e não entre Eu - Isso.A primeira relação leva a confiar e amar enquanto a segunda leva ao ódio, raiva e dor. Por exemplo, um professor e um aluno estão tendo uma discussão sobre um determinado tema, tanto o educador quanto o aluno trocam informações de modo a produzir uma melhor comunicação, o aluno se torna presente no professor e o consequentemente o professor se torna presente no aluno em uma relação totalmente dialógica. No entanto, alguns educadores ainda usam de sua autoridade para ensinar seus alunos conforme acreditam ser o certo e não da forma que o aluno quer que seja, não existe o dialogo e nem a troca, o professor não se presentifica na relação com o aluno e nem o aluno na dele, ambos apenas exercem funções, ensinar e aprender. O homem é basicamente um ser social, desde o momento de nossa concepção no ventre de nossas mães já nos socializamos. Mostramos a nossa mãe o que realmente precisamos e o que realmente somos. De acordo com o desenvolvimento psicossocial de Erik Erikson ,Confiança x Desconfiança , as crianças desenvolvem a confiança de sua mãe ou cuidadores se eles são capazes de cuidar de suas necessidades e se eles são capazes de conforta-los. No entanto, se eles não conseguem atender às necessidades do bebê o mesmo desenvolve a desconfiança em outras pessoas. Este estágio é o período mais crítico e mais importante da vida. A incapacidade de desenvolver a confiança vai levar a crença ao bebê de que o mundo é inconsistente e imprevisível. Presumo que aquelas crianças que desenvolvem desconfiança são suscetíveis à uma relação Eu-Isso.  Ela corresponde ao verdadeiro diálogo proposto por Buber onde define essa relação como dirigir-se ao mundo, à experiência prática no mundo como objetos passíveis de serem conhecidos objetivamente, diferente da relação Eu-Tu, onde a atitude essencial do homem é marcada pelo encontro, relação com outro presente e direta em que se confirma a presença de ambos e o sentido maior desta existência o que ele chama de atitude ontológica e não cognoscente. Quando estamos juntos com nossos amigos muito próximos, nos submetemos muitas vezes ao encontro, onde a experiência com o Tu, dá-se por encontro e na imediatez do instante  E isso é o que inter-humano significa para mim e não mera objetividade onde o Eu vive na experiência cercado de conteúdos, tendo como referência o passado, que é o mundo dos objetos um marco da relação Eu-Isso. Ser amado do jeito que realmente somos em vez de ser amado pelo que não somos é o que todos nós desejamos e levantamos essa bandeira quando o assunto é “Seja o que você é” . Não podemos ser quem somos porque essa atitude gera desconforto para inúmeras pessoas, em um lugar onde pode ser defendido a liberdade de expressão como vem sendo atualmente a rede social pode-se perceber o quanto a mesma não existe, se postarmos algo diferente do que seus seguidores, amigos seja lá o que for quer ouvir já somos vitimas de julgamentos, criticas e corremos ainda o risco de termos nossos perfis denunciados e cabe a nós bancar o preço, a pergunta é? Será que vale a pena bancar um preço social por algo que não somos? É algo semelhante ao que Kurt Cobain disse: “Eu prefiro ser odiado pelo que sou, do que amado por quem eu não sou. ” Mas será que estamos nos mostrando como somos para sermos amados como tal? Usar máscaras é aceitável, mas usá-la o tempo todo não é apropriado. Vale aqui, contabilizar os onus e o bonus de cara relaçao, vale a pena bancar a postura de ser quem eu sou e correr o risco de nao ser compreendida a ser amado com todas a beleza e imposição da relação Eu-Isso?  Dessa forma, eu prefiro ser quem eu sou do que retratar aparições fantasmagóricas de algo que não me pertence enquanto existência. É realmente importante, primeiro conhecer a si mesmo antes de inter-relação com outras pessoas e escolher, consciente, qual das duas posições bancar. 

domingo, 22 de dezembro de 2013

Facebook e a necessidade de todos serem bons!


Estudando sobre as interações sociais e pesquisa etnográfica para o próximo artigo, me deparei com uma enorme quantidade de perfis fakes me pedindo pra adicionar nos grupos de discussão dos quais sou moderadora na rede social facebook e quando questionados sobre o porque entrar como fakes e não com o perfil verdadeiro responderam “prefiro não me identificar, tenho pessoas do trabalho e familiares aqui” e isso me chamou muito a atenção. Fiquei então por um tempo observando as postagens, de inclusive pessoas que me são próximas e pensei aquela frase cliche “Quem não te conhece que te compre”, frase muito verdadeira. Falamos mal dos nossos amigos, familiares, trabalho, namorados, amantes, governo e etc para quem quiser ouvir, na mesa do bar, com os parentes em casa, no churrasco, nas reuniões e em outros lugares, mas no facebook todo mundo compartilha, “vamos doar carinho”, “Pra vc minha amiga” aquela, que você falou mal pra fulaninha a uma semana atrás, lembra? O facebook tornou-se aquela baladinha fútil onde fazemos questão de mostrar para o mundo o que não somos, onde só podemos compartilhar coisas bonitas, porque o bonito é socialmente aceito, ahh, claro, não me esquecendo, tem aqueles que tem o perfil e dizem assim “eu não posto nada e nem curto nada porque não quero me expor”, como forma de nao interagir com o mundo porém, a mesma já é uma escolha e não o torna irresponsável, até ocupar o “não quero me envolver” traz responsabilidades. Eu nunca entendi o porque das pessoas terem essa necessidade de quererem ser boas, Nietzsche em seu livro “Para alem do bem e do mal” discute amplamente sobre isso, o bem e o mal sao caracteristicas humanas, por que deixar o bem aparecer em detrimento do mal? Por que devemos extirpar de nós o mal como se ele não nos pertencesse? Isso vai contra a natureza humana, dizer que o bem leva vantagem sobre o mal é moral, pensar fenomenologicamente não é dar valor a um em detrimento do outro, é sim, integrar as duas polaridades dando a ambas, seu valor. Desconfio de quem profetiza muita bondade por ai, quem ama todo mundo, isso é contra o Humano, não temos ainda, evolução espiritual para amar o mundo todo e é ai eu me deparo com a “hipocrisia virtual” pessoas compartilhando mensagens de bom dia esqueça seus problemas quando na verdade, não passa de meros compartilhamentos sem sentido, um mostrar para os outros como somos bons enquanto aquele post la de “Eu odeio minha família” nem nos atrevemos a curtir porque se um parente seu te favoritou já era, isso sem falar também dos mimimis, faz jus aquela frase que sempre roda ao menos pela minha tl “você joga o milho e vem mil galinhas comer” se doendo porque se sentem o centro do universo achando que as indiretas são pra elas e que as vezes nem são indiretas, ou as lindas frases de amor e o mais triste, postagens de casais fingindo serem felizes quando na verdade possuem o namoro ou casamento mais morno do mundo, mas estão lá, sempre com aquele sorriso falso no rosto porque para a sociedade é isso que importa e acessando a cada dia mais, essas redes com perfis fakes, para falar autenticamente de si porque se se mostrarem, principalmente em ambiente de trabalho, nossa, esse nem comento, nesse é que todo mundo ama seu chefe, está tudo direito, problemas? “sempre temos mas da pra levar” mentira, principalmente se for empresa privada, vai você se atrever a falar algo de ruim, demissão. Vejo pessoas em sofrimento todos os dias por não poderem ser o que são, atualmente, ate mesmo em uma rede social, importa não sermos quem somos, importa em não publicar pensamentos críticos ou contrários a massa porque sempre tem um dodói que pode se lamentar, importa em não questionar as posições de hierarquia, mas sim importa, publicarmos com quem saímos, o que bebemos, o que dá inclusive, 123 curtidas, 60 comentários e 7 compartilhamentos, podemos publicar até com quem transamos na noite anterior, mas nunca, a forma como realmente pensamos por medo de atingir x, y, z, como se a afetação do outro fosse nossa responsabilidade. Esse é o mundo hipócrita em que vivemos, se estendendo também nas redes sociais, uma rede que foi criada para disseminar discussões a nível respeitoso, diferentes posições e visões frente ao mundo e acabou virando meros compartilhamentos de frases “olha como eu sou bom” e exposições pessoais, porque nenhum outro tipo de posicionamento é aceito por ter sempre um dodói na sua rede de amigos e para, x, y, z voce nao pode ser quem realmente é. Corajosos são aqueles que se expoem, esses sim merecem reconhecimento, os outros, meros compartilhadores da sociedade opressora.